O motociclista desacelera e num movimento rápido desvia dos fios que pairam perigosamente sobre sua cabeça. A cena foi registrada no cruzamento da rua Otávio Pitaluga com a avenida Leopoldina de Carvalho, na esquina da feira da Vila Aurora, mas situações semelhantes se repetem em vários pontos e tem provocado indignação entre os rondonopolitanos. Eles poluem o visual e aumentam os riscos de acidentes.
“É muito perigoso. A gente não sabe se estão energizados e há sempre o risco de um caminhão passar e arrastar tudo, pondo em vida em risco a segurança e também interrompendo o fornecimento de energia e de internet. Isso está aí há vários meses e até agora ninguém tomou providência”, disse a atendente de uma empresa localizada a poucos metros do cruzamento citado acima.
No caso em questão os fios são de fibra ótica, mas já houve registros até de cabos da rede elétrica em situação parecida.
Outro problema muito comum é o excesso de cabos e rolos reservas que ficam pendurados nos postes. Não raramente eles se desprendem e ficam espalhados pelas calçadas e vias públicas – dificultando a passagem de pedestres e ciclistas.
A Prefeitura de Rondonópolis reconhece que o problema é grave, mas afirma que a responsabilidade é da Energisa.
“Os postes são da concessionária de energia, que autoriza a utilização por outras empresas. Infelizmente há um uso indiscriminado e tem faltado fiscalização”, disse o engenheiro eletricista Bruno Castilho, que atua na Secretaria Municipal de Infraestrutura.
O diretor do departamento de Controle Urbano do município, Humberto Campos, explicou que a Prefeitura tem cobrado respostas aos responsáveis e já estuda fazer uma notificação oficial. “Várias empresas pagam taxas para utilizar esses postes para a instalação de redes óticas. Não temos como impedir isso, mas vamos exigir que a Energisa faça uma limpeza e adote critérios mais rigorosos”.
Nós também entramos em contato com a assessoria de comunicação da Energisa. Eles admitiram o problema, mas afirmam já ter elaborado um plano para solucionar a questão.
Conforme a empresa (veja a reportagem aqui) o trabalho para regularizar a situação será feito em todo o estado e a primeira etapa deve ser concluída até julho deste ano.
Eduardo Ramos – da Redação