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quinta-feira, janeiro 2, 2025

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Gaza: esperança de cessar-fogo parece distante em negociações no Cairo

Um cessar-fogo em Gaza parecia distante neste domingo (5), com o Hamas exigindo o fim da guerra em troca da libertação de reféns, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartando categoricamente essa possibilidade.

Os dois lados culparam-se mutuamente pelo impasse e a delegação do Hamas disse que deixaria as negociações de trégua no Cairo na noite deste domingo para consultar a sua liderança.

No segundo dia de negociações com mediadores do Egito e do Catar, os representantes do Hamas mantiveram a posição de que qualquer acordo de trégua deve pôr fim à guerra, disseram autoridades palestinas.

Autoridades israelenses não viajaram ao Cairo para participar de diplomacia indireta, mas neste domingo Netanyahu reiterou o objetivo de Israel desde o início da guerra, há quase sete meses: desarmar e desmantelar o movimento islâmico palestino Hamas para sempre ou então colocar em risco a segurança de Israel no futuro.

O primeiro-ministro disse que Israel está disposto a interromper os combates em Gaza a fim de assegurar a libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, estimados em mais de 130.

Em um sinal de que esta rodada de negociações poderá terminar em breve, um responsável palestino próximo do esforço de mediação disse à Reuters neste domingo: “se Netanyahu não mudar de ideia, não haverá razão para ficar. Eles sempre poderão se reunir novamente se isso mudar”.

“A última rodada de mediação no Cairo está quase colapsando”, disse à Reuters uma autoridade com conhecimento do assunto.

– ONU acusa Israel de negar acesso de auxílio a Gaza

Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel neste domingo (5) de continuar a negar o acesso humanitário da entidade à Faixa de Gaza, onde a diretora do programa alimentar da ONU alertou que uma “fome total” tomou conta do norte do enclave com 2,3 milhões de pessoas.

Embora não seja uma declaração formal de fome, a diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial, Cindy McCain, disse – em entrevista à NBC News transmitida neste domingo: “Há fome, fome total, no norte, e está se movendo em direção ao sul”.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de McCain.

O chefe da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, acusou Israel neste domingo de continuar a negar o acesso de ajuda das Nações Unidas, em Gaza.

Comboios atacados

“Só nas últimas duas semanas, registramos 10 incidentes envolvendo disparos contra comboios, detenções de funcionários da ONU, incluindo situações em que foram intimidados, despidos, ameaçados com armas e longos atrasos em postos de controle, forçando os comboios a viajar durante a noite ou abortar”, publicou Lazzarini na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de Lazzarini.

Lazzarini também apelou “ao Hamas e a outros grupos armados para que parem com quaisquer ataques às travessias humanitárias, evitem o desvio de ajuda e garantam que a assistência chegue a todos os necessitados”.

Os militantes do Hamas assumiram a responsabilidade neste domingo por um ataque que fechou a principal passagem de ajuda humanitária para Gaza.

– Protestos pró-Palestina: Mais de 2.200 pessoas são presas nos Estados Unidos

Principal exigência dos manifestantes é “desinvestimento” em empresas relacionadas a Israel

Protestos pró-Palestina dominam as universidades dos Estados Unidos desde o dia 18 de abril. Mais de 2.200 pessoas foram presas em todo o país, de acordo com análise da CNN.

As detenções aconteceram em mais de 45 campi em 25 estados, incluindo prisões de estudantes e professores. Alguns ficaram feridos durante ação policial.

Isso acontece em um período em quem diversas instituições do ensino superior se preparam para as cerimônias de formatura da primavera. A Universidade do Sul da Califórnia, onde quase 100 manifestantes foram presos em 24 de abril, cancelou seu evento de formatura principal.

Além disso, a violência entre grupos de manifestantes acarretaram o cancelamento de aulas na Universidade do Sul da Califórnia.

O dia com mais prisões foi 30 de abril, quando 400 manifestantes foram detidos, de acordo com uma análise da CNN a partir de declarações de universidades e autoridades.

O que causou os protestos?

Desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou o sul de Israel e deu início à guerra na Faixa de Gaza, os relatos de atos antissemitas nos EUA e, em particular, nos campi universitários aumentaram. Além disso, a islamofobia também proliferou.

A situação na Universidade de Columbia piorou quando a presidente da instituição, Nemat “Minouche” Shafik, testemunhou perante um comitê da Câmara dos Deputados sobre a resposta da instituição às alegações de antissemitismo no campus.

Mapa protestos pró-Palestina em universidades dos Estados Unidos / Arte/CNN Brasil

Após isso, Shafik solicitou que o Departamento de Polícia da cidade de Nova York retirasse as pessoas que estavam acampadas no campus da universidade, pois estariam “violando as regras e políticas da universidade e invadindo o campus”.

Outros protestos se seguiram em apoio aos manifestantes de Columbia.

O que querem os manifestantes?

As exigências de protesto variam de campus para campus, mas o foco principal é que as universidades se desfaçam de empresas com laços financeiros com Israel no meio da sua guerra com o Hamas.

Em Columbia, por exemplo, estudantes exigiam que a universidade corte laços com instituições acadêmicas israelenses e se comprometa com um “desinvestimento total” dos seus fundos de entidades relacionadas com Israel, entre outras coisas.

A questão do “desinvestimento” também surgiu em outros campi, onde os manifestantes requisitaram que parassem os investimentos em empresas que vendem armas, equipamento de construção, serviços tecnológicos e outros itens a Israel.

As universidades se recusaram em grande parte a ceder a esta exigência e os especialistas dizem que o desinvestimento pode não ter um impacto significativo nas próprias empresas.

Além disso, muitas pessoas estão defendendo o cessar-fogo em Gaza.

Os movimentos de protesto em algumas universidades também apelam aos responsáveis ​​escolares para que protejam a liberdade de expressão e evitem que os estudantes sejam punidos por participarem dos protestos.

Reação de líderes dos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os americanos têm o direito de se manifestar, mas não de promover a violência.

“Há o direito de protestar, mas não o direito de causar o caos”, disse Biden em uma declaração na Casa Branca.

Ele pontuou que ambos os lados tinham razão, que a dissidência pacífica era fundamental para uma democracia, mas que a violência não seria tolerada.

“Destruir propriedades não é um protesto pacífico. É contra a lei. Vandalismo, invasão de propriedade, quebra de janelas, fechamento de campi, forçando o cancelamento de aulas e formaturas – nada disso é um protesto pacífico”, disse ele.

Biden disse que os Estados Unidos não são uma nação autoritária que silencia os críticos, mas que “a ordem deve prevalecer”.

Já Donald Trump, que disputará a Presidência dos EUA com Biden em novembro, afirmou que “foi uma coisa linda de se ver” policiais de Nova York entrando em um prédio da Universidade de Columbia ocupado por manifestantes pró-palestinos.

O ex-presidente chamou as pessoas que protestavam de “lunáticos furiosos e simpatizantes do Hamas”.

No dia 3 de maio, o governo Biden enviou uma carta aos reitores de faculdades e universidades condenando incidentes “abomináveis” de antissemitismo nos campi e enviando os recursos disponíveis.

Fonte: CNN – Agência Brasil 


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