María Corina Machado, principal líder da oposição na Venezuela, foi presa ontem quinta-feira, 9, por agentes do governo de Nicolás Maduro, disseram aliados dela.
Ela foi capturada na tarde desta quinta, logo após deixar um protesto em Caracas, por agentes armados que teriam disparado contra o veículo onde ela estava, segundo a página Comando ConVlza, que tem sido usado por Corina para convocar protestos.
Corina é atualmente a principal opositora do presidente Nicolás Maduro. Ela convocou uma série de protestos em todo o país contra a posse de Maduro, marcada para sexta-feira, 10, na qual ele iniciará seu terceiro mandato.
Ela foi deputada e tentou se candidatar à Presidência, mas foi barrada pelo governo. Ela apoiou a candidatura do ex-diplomata Edmundo González. A oposição considera que González venceu a disputa e defende que ele tome posse da Presidência no dia 10.
González pediu que ela seja libertada. “Exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram eu digo: não brinquem com fogo”, afirmou.
Os protestos da oposição desafiam o medo que se instalou em julho após uma repressão brutal às manifestações que eclodiram depois do anúncio da vitória do líder esquerdista nas eleições, que deixaram 28 mortos, quase 200 feridos e mais de 2,4 mil presos.
A líder não era visto em público há cinco meses, e estava dando entrevistas de um local desconhecido.
Onda de prisões
A prisão de Corina ocorre em meio a uma onda de detenções e desaparecimentos de opositores de Maduro nos últimos dias. Entre os detidos estão Carlos Correa, conhecido ativista dedicado à defesa da liberdade de expressão, e Enrique Márquez, candidato nas eleições presidenciais que contestou na Justiça a certificação da reeleição de Maduro.
Antes, foi levado genro de Edmundo González, que disputou a eleição com Maduro. Rafael Tudares, que estava com os filhos quando foi preso por homens encapuzados.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, vinculou Márquez e Tudares a um plano de golpe de Estado. A gestão Maduro diz que a oposição não aceitou a derrota nas urnas e quer tomar o poder à força.
“Rafael Tudares não está direta ou indiretamente vinculado a atos políticos”, disse sua esposa, Mariana González, filha de González, em um comunicado nesta quinta-feira. “É uma medida de retaliação política contra meu pai”.
Exame