Indicativo de greve dos médicos continua e atendimentos na Santa Casa de Rondonópolis podem ser paralisados a partir desta quarta-feira (12).
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT) confirmou, ontem (10), ao A TRIBUNA que não recebeu nenhuma notificação quanto alteração no cronograma e, portanto, a paralisação dos médicos continua programada para começar nesta quarta.
O indicativo de greve da categoria foi aprovado no último dia 24 de fevereiro. Os profissionais cobram pagamentos de salários em atraso, que em alguns casos, segundo a categoria, já chegam há 8 meses.
O CRM/MT foi notificado sobre a greve e informou que os médicos irão suspender os atendimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), particulares e de convênios médicos.
Com a paralisação, conforme o órgão, só serão atendidos casos de urgência e emergência, evitando assim riscos à população.
Nos setores críticos como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não serão admitidos novos pacientes e aqueles que estão internados serão assistidos até que haja a alta ou a transferência para outra unidade. Todas as medidas tomadas pelos profissionais foram comunicadas à direção da Santa Casa e aos órgãos competentes, como CRM/MT.
Na ocasião da aprovação do indicativo de greve, o presidente do Conselho, Diogo Sampaio, se manifestou e destacou que a grave situação vivida pelos médicos que atuam na Santa Casa se arrasta há meses e chegou a um ponto insustentável.
“Estamos acompanhando e atuando para solucionar os problemas desta unidade há mais de um ano. No início de fevereiro, recebemos uma consulta a respeito da paralisação e emitimos um parecer com as diretrizes para que isso ocorra. É inaceitável tamanho atraso e a ausência de qualquer medida que vise a regularização desta dívida”, salientou.
Sampaio pontuou ainda que os problemas existentes na Santa Casa vão além da questão salarial e colocam em risco até mesmo a segurança do ato médico.
“Em novembro do ano passado, inclusive, por unanimidade, o Conselho realizou a interdição ética das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Pediátrica e Neonatal, do alojamento e da Sala de Parto, pela ausência de profissionais em número suficiente para atender os pacientes que buscam a unidade”, lembrou.
Dívida e greve
A situação da Santa Casa de Rondonópolis com o indicativo de greve e uma dívida que chegaria a R$ 70 milhões levou a Câmara Municipal a abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na quinta-feira (6) para investigar as contas do filantrópico.
A CEI deve ter seus membros definidos esta semana pelo presidente da Casa, Paulo Schuh (PL), e dar início aos trabalhos de apuração.
Outro lado
Até a tarde de ontem, a Santa Casa não havia se manifestado oficialmente quanto a paralisação dos médicos prevista a partir desta quarta-feira.
Fonte Danielly Tonin