Como medida preventiva de combate às arboviroses no município de Rondonópolis, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, em parceria com acadêmicos da UFR, discutiram, na última semana, o plantio da planta crotalária em pontos estratégicos nas zonas rural e urbana para conter, já nos próximos anos, quaisquer possibilidades de novos surtos de casos de dengue e chikungunya, como os ocorridos no início de 2025.
Convidada para o encontro, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na figura de seu presidente, Leonardo Santos de Resende, externou apoio à iniciativa e se pôs à disposição para auxiliar em ações que incentivem a prática após finalizados os estudos técnicos e de impacto ambiental.
A reunião entre Poderes, sociedade civil organizada, acadêmicos e entidades de classe foi realizada na sede do Poder Legislativo, encabeçada pelo vice-prefeito de Rondonópolis, o médico Dr. Altemar Lopes, e pela vereadora Luciana Horta, presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis.
Também participaram representantes do Executivo, equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, além de acadêmicos e coordenação do curso de agronomia da Universidade Federal de Rondonópolis.
ALTERNATIVA NATURAL
A crotalária é uma alternativa natural para amenizar a proliferação do mosquito. Fácil de semear, resistente ao estresse hídrico, e sua flor atrai libélulas, predadoras do Aedes aegypti.
Como exemplo, foram citados na reunião os casos de cidades que adotaram a medida e tiveram resultados positivos, como Bandeirantes, no Paraná, e Selbach, no Rio Grande do Sul, que registraram queda no índice de arboviroses após realizarem o plantio em terrenos ociosos, jardins, margens de rios e quintais.
“Estamos na fase de elaboração do projeto, vamos tentar viabilizar o plantio da crotalária na nossa cidade, começando pelo mapeamento dos bairros mais atingidos”, comentou o vice-prefeito.
A partir deste primeiro encontro, equipes da Sema e da UFR seguirão estudando a viabilidade do plantio em Rondonópolis, levando em conta fatores como clima, solo, impacto ambiental, pontos estratégicos, manejo adequado, melhor época do ano para o plantio e equilíbrio da flora, além da projeção de custeio de equipes, sementes e maquinário.
Em paralelo, o Executivo Municipal promete seguir com ações emergenciais, como limpeza de áreas públicas e atuação dos agentes em campo.
Por parte da CDL, o presidente Leonardo Resende fez sugestões importantes para a expansão do projeto. A primeira delas é apoiar a doação de sementes com materiais educativos sobre o plantio correto, em campanhas promovidas pela entidade junto ao comércio varejista local.
Em setembro, por exemplo, a entidade promove a maior festa do varejo da região sudeste de Mato Grosso, a Liquidaqui, festa popular que completará 21 anos em 2025.
“Nós, enquanto entidade representativa, temos que colaborar e unir forças em prol da nossa comunidade. Este surto do início do ano nos casos de dengue e chikungunya impactou o comércio, impossibilitou a atividade econômica, sobrecarregou a estrutura pública de saúde, tirou os trabalhadores de seus postos de trabalho, de seu ganha-pão. Estamos em março e ainda temos um grande número de rondonopolitanos sofrendo com as sequelas dessas doenças provocadas pelo mosquito. Por isso, a missão é de todos nós. Toda boa ideia é sempre bem-vinda”, argumenta Resende.
Outra sugestão feita pelo presidente da CDL foi em prol do incentivo aos proprietários de terrenos por meio de iniciativas que ofereçam, por exemplo, compensação em tributos. “Incentivar os proprietários a cuidarem de seus terrenos é também uma ação de bem-estar coletivo”, defende.
Fonte Da Reportagem
