O período de defeso da piracema em Mato Grosso, neste ano, continuará entre os dias 1º de outubro e 31 de janeiro de 2026. A data foi definida na reunião ordinária do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca), ontem, e será publicada no Diário Oficial. Fica permitida pesca de subsistência e desembarcada nos rios das bacias hidrográficas do Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins. A medida reforça que a pesca de subsistência é a praticada artesanalmente por ribeirinhos ou tradicionais e garante a alimentação familiar e sem fins comerciais.
O conselho decidiu manter o mesmo período dos últimos anos em todas as bacias hidrográficas, baseado nos estudos de monitoramento reprodutivo dos peixes de interesse pesqueiro no Estado e atividades reprodutivas das espécies. Os dados técnicos sobre o monitoramento foram apresentados pelo pesquisador Claumir Muniz, da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).
O pesquisador mostrou dados obtidos que indicam os peixes em atividade reprodutiva principalmente nos meses de outubro a dezembro, período em que a probabilidade reprodutiva chega a 80%, o que reforça a importância de manter proibida a pesca neste período. Janeiro e fevereiro também apresentam probabilidade de atividade produtiva, porém, um pouco menor, assim como setembro, onde a queda é ainda mais acentuada, tanto para peixes de couro como de escamas.
Munir apresentou também os incrementos na coleta de dados em 2023 e 2024, com o aumento de pontos de coleta nas bacias Amazônica e Pantanal, a organização de banco de dados de ovos e larvas nos rios Sepotuba, Cabaçal, Jauru e Paraguai e o trabalho que está sendo desenvolvido por uma equipe técnica, para indicar sítios de desova, como forma de delimitar estas áreas e protegê-las de forma mais efetiva.
Só Notícias