Pelo menos dois candidatos que estão no pleito eleitoral deste ano podem representar uma das eras de maior polarização da política de Mato Grosso, trata-se de Julio Campos e Carlos Bezerra.
Os dois são os políticos mais longevos de Mato Grosso e tentam manter vivas as carreiras, marcadas por polêmicas e verdadeiras guerras que Bezerra e Julio travaram no passado.
Os dois foram os maiores líderes da política de Mato Grosso nos anos 80 e até metade da década de 90. E, até os dias de hoje, se mantêm como referência, mas sem o mesmo engajamento do auge da dupla.
Bezerra que está com 80 anos, tenta mais uma vez se manter na Câmara Federal. Ele é candidato à reeleição pelo MDB, partido que comanda há 40 anos.
Mas a carreira dele começou antes no anos 70, quando foi deputado estadual. O auge foi nos anos 80, quando em 82, em uma eleição histórica, venceu um grupo de candidatos apoiados por Júlio Campos e conquistou a prefeitura de Rondonópolis.
Em 88, Bezerra saiu da prefeitura e foi direto para o governo do Estado, vencendo mais uma vez um aliado de Júlio Campos.
No entanto, em 82, Julio venceu o padre Raimundo Pombo, aliado de Bezerra, para o governo do Estado. No ano de 88, quando Bezerra lançou Percival Muniz a prefeito de Rondonópolis, Júlio apostou em J. Barreto e saiu vencedor.
Dois anos depois, Julio apoiou o irmão, Jayme Campos, ao governo e bateu o candidato de Bezerra ao governo.
Neste período não havia meio termo em Mato Grosso, o eleitor era Bezerra ou Júlio. Cada eleição era uma guerra de julistas contra bezerristas.
A polarização durou até 1998, quando os dois resolveram se unir, para disputar aquele pleito.
Júlio saiu ao governo e Bezerra ao senado, os dois tomaram um “sova” nas urnas de Dante de Oliveira e Antero Paes de Barros.
Após aquele ano, o poder da dupla, diminuiu. Bezerra ainda se reelegeu à Câmara seguidamente, e Julio foi ser conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, e tentou sem sucesso ser prefeito de Várzea Grande.
Aos 75 anos, Julinho que já foi prefeito, governador, senador e deputado federal, tenta uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Devido a idade de ambos e o passado na política, essa eleição pode ser derradeira da dupla; ele viram toda a mudança do cenário, da época do voto impresso, da contagem cantada até os dias modernos da urna eletrônica e da apuração em tempo real.
Lucas Perrone – Da Redação FOLHA REGIONAL